terça-feira, 19 de abril de 2011

Emoções de um Rei



Eu escuto Roberto Carlos desde o útero. Minha mãe sempre foi fã de carteirinha do Rei.
Hoje ele completa 70 anos e continua com o mesmo carisma dos tempos da Jovem Guarda.
Tive o privilégio de assistir a um de seus inúmeros shows, mas o primeiro eu apenas ouvi. É isso mesmo! Eu ouvi o show que ele fez no Clube de Regatas Vasco da Gama, em Santos. Minha mãe foi com minhas irmãs. Eu era "di menor" e fiquei com meu pai e irmão no clube ao lado, o Saldanha da Gama. Escutei o show todo brincando no playground do Saldanha. Marcante.
No segundo, já adulto, eu pude entrar e assistir. Cantou todos os seus sucessos e terminou como sempre: jogando rosas ao som de Jesus Cristo.
Que o Senhor dê muitos anos de vida ao Rei.

Palavra de Aló.

terça-feira, 12 de abril de 2011

A Credibilidade foi pro espaço



No dia em que se completam 50 anos da primeira viagem de um homem ao espaço, o russo Yuri Gagarin, o jornal Lance vem com a notícia na qual Paulo Henrique Ganso teria dito sim à proposta do Corinthians e deixaria a equipe praiana ao final da Taça Libertadores.
A notícia é exclusiva, carimba o diário. Mas apenas a versão com olhar corintiano foi colocada na matéria. Não foram consultados o próprio Ganso, seu empresário e muito menos o presidente santista Luís Álvaro. Preza o bom Jornalismo que todas as partes devem ser ouvidas para que se chegue a uma conclusão sobre um fato.
Hoje seu empresário e o presidente do Santos foram entrevistados e desmentiram essa notícia. Ganso fica no Santos e de lá deverá ir para a Europa, afirmaram.
Paulo Henrique se mostra insatisfeito com sua situação na Vila. Tá na sua cara. Ele quer e pretende jogar na Europa. Mais precisamente na Itália. Os interesses dele e do clube não estão batendo. Daí a lançar uma notícia como essa de que irá se transferir ao Timão vai a uma distância da verdade que chega a 327 km acima do nível do mar, a mesma que a nave Vostok-1 atingiu ao levar Gagarin para o espaço.
É a credibilidade indo pro espaço!
Plantar e cravar essa "notícia" serve pra quê? Vender jornal? Acessos intermináveis em seu site? Vale a pena jogar fora a credibilidade, que deveria a coisa ser mais importante para um veículo/jornalista, em nome da audiência?
Quem perde com isso é o veículo. O leitor inteligente não cai nessa.
Desse jeito, o jornal Lance não será lembrado daqui a 50 anos como Gagarin.
O cosmonauta russo foi para o espaço e achou a Terra linda. Não vejo uma terra muito linda para um periódico que manda sua credibilidade pro espaço.

Palavra de Aló.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Sensacionalismo



Dia do repórter e nos deparamos com essa tragédia em Realengo, no Rio de Janeiro. Desde o início eu acompanhei o caso pelo rádio. Trânsito pesado na Rua Mena Barreto, em Botafogo, e a notícia veio como uma bomba. Um homem entrou em uma escola e atirou em vários alunos. No começo, o desencontro de informações é normal. O fato acabara de acontecer. A emissora tenta ligar pra autoridades e hospitais da região. Poucas informações.
Prato cheio pra especulação começar.
Até a chegada do repórter ao local do crime, a Escola Municipal Tasso da Silveira, a especulação corria solta. "Alguns alunos fugiram e estavam abrigados em uma igreja", alguém disse. Foram verificar e não tinha criança nenhuma. Notícias falsas mobilizam as pessoas. Por que isso não foi verificado antes de dar a notícia? Só para dá-la primeiro? Não é melhor ser o segundo a dar uma notícia correta do que ser o primeiro a dá-la errada?
Em nome da audiência o desencontro das informações gerava hipóteses.
"Ele matou três" diziam. "Matou as crianças e se suicidou" e também "trocou tiros com um policial e morreu. Nada confirmado naquele momento.
Fato triste e consumado, iniciou-se a tentativa de se traçar o perfil psicológico e religioso do atirador. Que balela! Ele foi taxado de ateu, muçulmano, terrorista, começaram a ouvir psicólogos e levantar traços da personalidade do indivíduo. Tudo descartável.
Após tudo estar desvendado chega a hora mais esperada pelos veículos: o sensacionalismo barato em nome da audiência. É um tal de ouvir depoimento de mãe chorando, parentes aflitos, familiares do assassino e até de crianças que estavam no interior da escola, um absurdo! Expor uma menina para que ela contasse a história nitidamente decorada e combinada antes de ir ao ar.
Essa exposição tem como intenção prender a audiência. Ninguém pensa nos familiares, na dor que deve ser ter que ouvir essas barbaridades toda a hora na TV.
O público quer isso mesmo?
Será que não prefere ter informação correta, apurada, de qualidade, que realmente sirva para alertar e corrigir erros que levam a esses fatos acontecerem?
Essa "Coisa" que cometeu a covardia de matar crianças e também se matar, que é mais um ato covarde, não era um ser humano, muito menos poderia ser comparado a um animal.
Em discurso durante uma cerimônia com micro empreendedores no Palácio do Planalto, a presidente Dilma chorou e homenageou as 12 crianças mortas com um minuto de silêncio.

A maior homenagem que poderia ser feita a elas hoje seria manter a TV desligada.

Palavra de Aló.

Pitacos cariocas




O Flamengo levou seu bonde pra oficina em Atibaia. Foi dar aquela "garibada". Funilaria, pintura e acerto do eixo pra andar bem no trilho da Taça Rio. Conquistando este segundo turno leva o campeonato. A exigente torcida rubro-negra espera que o bonde dê espetáculo, mas Luxemburgo está satisfeito com a eficiência. Enquanto está vencendo, tudo bem. Domingo pega o Botafogo e pela Copa do Brasil jogará contra a surpresa Horizonte-CE.

O Botafogo passou com tranquilidade pelo Paraná Clube: 3 x 0, gols de Loco Abreu (2) e Caio. O técnico Caio Jr. trouxe bons ares ao Fogão. O time é o mesmo dos tempos de Joel Santana. Inclusive joga com três volantes. O Natalino era tachado de retranqueiro, já o Harry Potter está fazendo mágica com o alvinegro de General Severiano. Na próxima fase pega o Avaí.

Vasco. Ah Vascão! Que sufoco! Não usou bem as letras para vencer o ABC de Natal. O time nordestino fez um a zero, gol de Cascata. E terminou a primeira etapa vencendo.
Início de segundo tempo e a cascata apareceu de novo em São Januário em um pênalti Mandrake convertido por Alecsandro. A virada veio com um chutaço de Bernardo que incendiou o estádio vascaíno. Agora o time da colina pegará o Náutico.

E o Fluminense...o time de guerreiros empacou no Uruguai. Nacional 2 x 0. Seria ótimo se tivesse ao menos empatado, já que o América-MEX venceu o Argentinos Jrs. Mas é "só" vencer seu último jogo na Argentina e o América vencer o Nacional que se classifica. Basta um resultado simples nestas duas partidas. Depende dos outros e de si mesmo. Se o time mexicano empatar com o Nacional, o Flu terá que vencer o Argentino Jrs. por uma diferença de três gols na casa do adversário. O torcedor tricolor já tá colocando o sombrero pra torcer pelos mexicanos.

Já o Ameriquinha, acho que não se salvará da queda para a segundona do Carioca. Só um milagre com os jogadores suando sangue. Hei de torcer até morrer!

Palavra de Aló.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

O futebol está chato




O futebol está chato. A expulsão de Neymar prova isso. Tudo bem que ele infringiu a regra colocando essa máscara após comemorar o gol. Tá nessa regra chata. Foi expulso corretamente por conta dessa regra chata. Mas convenhamos...
Qual a maior alegria do futebol? É o gol! Quando se faz um gol, a regra deveria liberar a alegria, a criatividade, as dancinhas, até mesmo arrancar a camisa e sair rodando pra galera. Se o árbitro achar que o tempo dessa comemoração foi abusivo, que acrescente ao final do jogo. Ele tem esse direito. Está na regra chata.
Essa chatice está invadindo o campo de jogo também. Um jogador não pode fazer uma firula, passar o pé por sobre a bola, dar um chapeu, que seus adversários se enervam e querem "quebrá-lo" a qualquer custo. "É falta de respeito" dizem os malas. Ah se o Garrincha jogasse hoje...coitado! Seus adversários eram chamados de João, alusão ao boneco João-bobo que balança de um lado a outro. Os zagueiros balançavam com os dribles do Mané. Imagine se fosse hoje!
Sinto falta das comemorações criativas de Viola, Paulo Nunes, Tulio Maravilha, das provocações saudáveis e apostas entre jogadores em vésperas de clássicos que geravam sorrisos, alegria e não essa fúria desmedida dos jogadores e torcidas que hoje acontece.
O futebol está chato demais!

Palavra de Aló.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Rááá!

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Buemba Buemba! Parafraseando o grande José Simão, buemba é a notícia de que o Maracanã ficará pronto para a Copa das Confederações em dezembro de 2012...Rááá!
Aliás, todos os estádios ficarão prontos em 2013...Rááá!
Não haverá um mísero centavo de dinheiro público aplicado nas obras...Rááá!
Os aeroportos serão modernizados, a rede hoteleira ampliada e o transporte público irá funcionar perfeitamente...Rááá!
Após a Copa, a população colherá os frutos do evento. É o famoso "legado" pós mundial...Rááá!
O estádio do Corinthians ficará pronto antes que o Japão se recupere dos estragos do terremoto...Rááá!
Por falar em Corinthians...Adriano vai emagrecer e não faltará em nenhum treino...Rááá!
Obama sabe onde guardou a camisa do Flamengo que recebeu em sua visita ao Brasil...Rááá!
Essas são notícias verdadeiras do dia 1º de abril. Acho mais fácil acontecer a invasão de marcianos noticiada via rádio Columbia por Orson Welles em 1938 do que muitas dessas manchetes serem realmente verdadeiras.Apesar de ter acontecido em um 30 de outubro e não em um 1º de abril, Guerra dos mundos interpretada por Welles causou pânico em quem não ouviu o início do programa. Foi informado aos ouvintes que seria uma adaptação da peça de mesmo nome do autor H. G. Wells. Os roteiristas atualizaram a história transportando o cenário da Inglaterra para os Estados Unidos e em formato de noticiário. Durante o programa, a rádio recebeu inúmeros telefonemas desesperados pela verdade. O diretor do show percebeu a repercussão e decidiu não desmentir os fatos. Só que ele não tinha a dimensão do estrago: Várias pessoas fugiram de suas casas buscando abrigo e algumas até se suicidaram provando como um veículo de massa influencia no comportamento do ser humano. Foi a pegadinha do Mallandro dos anos 30, mas seria uma enorme pegadona de 1º de abril.

Palavra de Aló...Rááá!
Brincadeira! O texto é meu mesmo.