quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Obrigado Aretha



Hoje é um dia muito triste para nós. Nossa querida cachorra Aretha nos deixou. Os céus dessa quarta estão despejando lágrimas através da chuva pela lacuna que se formou em nossos corações. Foram 13 anos de muito amor e alegria por parte dela para com todos nós. Era linda, só faltava falar, tinha uma ternura e um amor incomensurável por seus donos. Falava conosco através do olhar. Seus olhos demonstravam alegria quando nos via e tristeza quando meus pais viajavam. Sou testemunha disso. Quando eu ia alimentá-la ela estava triste porque meus pais não estavam em casa. E quando voltavam, não se contia em felicidade. Já está deixando saudade.
Lembro-me o dia em que sua criadora a trouxe para nossa casa. Ela veio da Rua Santos Dumont pela Avenida Afonso Pena, na coleira e quando foi solta em nosso quintal, já se sentiu em casa. Sentiu que aquele seria seu espaço. A criadora a levou de volta e no dia seguinte eu e minha irmã fomos buscá-la de carro. Lembro que a criadora nos mostrou seus irmãos e sua mãe que se chamava Sissi. Trouxe os cinco cachorros na calçada, todos lindos, mas nenhum como a Aretha. Então pediu que entrássemos na casa dela para vermos fotos de todos os cachorros quando eram filhotes. Ela morava nos fundos do local e criava os cachorros na casa da frente. Pois bem, os cachorros tinham acabado de nos ver e quando entramos no quintal eles latiam e empurravam uma porta de madeira segura por uma trava que estava quase se arrebentanto. Minha irmã, morrendo de medo, apertou meu braço e sugeriu que fossemos embora pois os bichos poderiam se soltar e nos atacar. A mulher finalmente apareceu com as fotos, vimos e fomos embora levando a cachorra mais linda do mundo.
Ela era engraçada e inteligente. No início mordia muito a gente de brincadeira. Minha irmã fingia chorar e ela ficava preocupada, fazia de tudo para levantar a cabeça dela. A paixão dela era meu pai. Se estivéssemos com ela no quintal e meu pai aparecesse, ela nos largava para ficar com ele. Obedecia-o sempre. Espirra, espirra!!! e ela espirrava. Barriga, barriga!!! e ela virava de barriga para cima. Fora as músicas que ele cantava para ela. Minha mãe também a tratava com muito amor.
Todos diziam: cuidado, o Fila é um cão traiçoeiro, ataca o dono!!! Ela nunca fez sequer menção em atacar qualquer um de nós.
Conviveu esse tempo todo conosco, fazendo SIM parte de nossa família.
Aretha, Góra, Nenê, Arerê, Puço, Olhinhos Castanhos, Nenenga, Bobôia: Obrigado por todo o carinho e ternura que você teve conosco. Que me desculpem Loba, Kika, Nezinha, Guga e Kitty que não marcaram tanto quanto você. Você é uma cachorra insubstituível.

Palavra de Aló.

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