domingo, 20 de abril de 2008

Decisão cheia de gás!!



O Palmeiras venceu o São Paulo por 2 x 0 e vai decidir o Paulistão 2008 contra a Ponte Preta.
Tivemos um jogão no Palestra!!! Emocionante, brigado, jogado, como deve ser uma decisão. E o melhor: sem polêmicas de arbitragem. Mas um Palmeiras x São Paulo sem algo que se possa discutir não é um Palmeiras x São Paulo.

Primeiro tivemos o fato lamentável do gás no vestiário tricolor. Quem fez? A diretoria palmeirense, que foi maltratada no primeiro jogo no Morumbi? Algum torcedor imbecil tentando prejudicar o escrete sãopaulino? Fato que poderia ter dado um efeito contrário, instigando o time, fazendo com que ele partisse com mais vontade para cima do verdão buscando justiça. Ou os próprios tricolores armando para prejudicar o Palmeiras? Fazendo com que o time perca o mando de jogo , como já fizeram outrora com o reserva Bosco simulando ser agredido por uma pilha atirada das arquibancadas do Palestra. Após um BO registrado pelos sãopaulinos, a delegada do Jecrim (Juizado Especial Criminal), Daniela Branco, fez uma perícia no vestiário tricolor e inocentou o Palmeiras. "O responsável é a pessoa que atirou o gás no vestiário. O Palmeiras não responde nada", comentou a delegada.

Segundo assunto: o mau-caratismo de Rogério Ceni. Irritado por ter tomado um frango no primeiro tempo e demonstrando não saber perder no final da partida, empurrou o rosto de Valdívia buscando uma reação do chileno para que ele fosse expulso. Valdívia tentou inocentar Ceni dizendo que foi um "tapa de amizade", mas não foi isso que as imagens mostraram. Porém, o chileno, ao marcar o segundo gol, colocou o dedo nos lábios insinuando um "cale a boca", Valdívia também não é nenhum santo. É provocador. Será que atitudes como essas fazem parte do futebol? São inerentes ao jogo, como diria Luxemburgo? Em uma partida como essa, uma faísca pode provocar um grande incêndio, é preciso sempre ter prudência.

Infelizmente palmeirenses e sãopaulinos não podem ser chamados de co-irmãos. Eles se dão bem apenas de fachada. É uma história de ódio e rancor de longa data. Desde os tempos do Palestra Itália quando, devido a 2º guerra, o Palestra teve que mudar de nome porque o Brasil cortou relações com os países que formavam o Eixo (Alemanha, Itália e Japão). Por isso o verdão trocou de nome, assim como o Cruzeiro-MG que também era Palestra Itália teve que efetuar a troca. Nessa época o São Paulo tentou tomar o estádio do Palmeiras, sem sucesso.
Quando o Verdão entrou em campo carregando a bandeira do Brasil e jogou pela primeira vez com o nome Palmeiras, o jogo foi justamente contra o São Paulo, na decisão do título paulista de 1942. O jogo estava 3 x 1 para o alviverde quando foi assinalado um pênalti para o Palmeiras. Os tricolores demonstraram indignação e simplismente saíram de campo para evitar que sofressem goleada. Fugiram do gramado decretando o primeiro título do Palestra com o novo nome.
Fora outros confrontos de torcida e diretoria.
Em 1995, durante a final da supercopa São Paulo de Juniores no Pacaembú, torcedores Palmeirenses e sãopaulinos protagonizaram enorme briga culminando com morte. Começaram as juras de vingança entre Torcida Independente e Mancha Verde, até que o ministério público resolvesse, sem nenhum efeito prático, extinguir as duas facções.
No caso das diretorias a briga é de bastidores. Jogadores que eram para ser de um clube e foram para o outro, como Richarlysson que fez exames médicos no Palmeiras pela manhã e assinou à tarde com o São Paulo. Cafú, que tinha uma cláusula no contrato quando saiu do tricolor para a Espanha de que não poderia assinar com nenhum clube paulista. A Parmalat, que gerenciava o futebol do Verdão, Colocou o lateral no Juventude-RS antes dele assinar com o Palmeiras, driblando a cláusula.
As discórdias entre os dois clubes são enúmeras.

Vamos ao jogo que é o que interessa!!!

O São Paulo entrou em campo tentando usar a mesma tática do primeiro jogo: marcação forte, buscando tomar a bola e sair em contra-ataque. O Palmeiras tinha que jogar em cima do tricolor, por isso Luxemburgo optou por Martinez em detrimento de Wendel, que é mais marcador, para ter uma melhor saída de bola pelo meio de campo. Deixou Valdívia flutuando e os atacantes bem à frente. Só que no início, o Verdão dominava, mas não concluía a gol. Muitas vezes a bola não passava pelo meio, era lançada da defesa pelos zagueiros e era dominada facilmente pela retaguarda tricolor. Até que Léo Lima resolvesse arriscar um chute de fora da área aos 22 minutos contando com a colaboração de Rogério Ceni que levou o chamado "peru". Após o gol os papéis se inverteram: O São Paulo partiu para cima e o verdão ficou no aguardo e quase marcou o segundo gol em um contra-ataque puxado por Kleber que a defesa sãopaulina conseguiu rechaçar. A defesa palmeirense estava muito bem plantada. Henrique não perdeu uma dividida, foi o melhor jogador do clássico. O primeiro tempo terminou morno.

O São Paulo permaneceu no gramado durante o intervalo devido ao gás lançado em seu vestiário. Esse fato serviria de muleta para os tricolores, tanto para explicar uma derrota como para enaltecer sua vitória.

Na segunda etapa, o jogo foi de ataque contra defesa com o tricolor adiantando seus jogadores e partindo para cima da defesa palmeirense. Marcos fez grandes defesas, revivendo sua melhor fase em 99/2000. Luxemburgo reforçou a marcação no meio colocando Wendel no lugar de Diego Souza. Plantou-o na frente dos zagueiros, deixando Martinez marcando pela esquerda e Léo Lima pela direita com possibilidade de roubada de bola e rápida saída de contra-ataque. Muricy tentou dar mais criatividade ao seu meio de campo colocando Hugo e Sergio Mota, mas foram alterações que não surtiram muito efeito. O treinador palmeirense também colocou Denílson e Lenny nos lugares de Kleber e Alex Mineiro para ter velocidade no ataque. O verdão marcou seu segundo gol em um contra-ataque puxado por Wendel e concluído pelo mago chileno Valdívia, carimbando a passagem do Palmeiras para a final do Paulistão.

FICHA TÉCNICA:

PALMEIRAS 2 X 0 SÃO PAULO

Estádio: Palestra Itália, São Paulo (SP)
Data/hora: 20/4/2008 - 16h (de Brasília)
Árbitro: Wilson Luiz Seneme
Auxiliares: Emerson Augusto de Carvalho e Vicente Romano Neto

Renda e público: R$ 1.144.355,00 / 27.680 pagantes
Cartões amarelos: Elder Granja e Valdivia (PAL); Dagoberto, Jorge Wágner e Fábio Santos (SAO)
Cartão vermelho: 34'/2ºT, André Dias (SAO); 59'/2ºT - Martinez (PAL)
GOLS: Léo Lima, 22'/1ºT (1-0); Valdivia, 39'/2ºT (2-0)

PALMEIRAS: Marcos, Élder Granja, Gustavo, Henrique e Leandro; Martinez, Léo Lima, Diego Souza (20'/2ºT - Wendel) e Valdivia; Kléber (20'/2ºT - Denílson) e Alex Mineiro (30'/2ºT - Lenny). - Técnico: Vanderlei Luxemburgo.

SÃO PAULO: Rogério Ceni, Alex Silva, Miranda e André Dias; Joílson (30'/2ºT - Sérgio Mota), Fábio Santos, Hernanes, Jorge Wagner e Júnior (17'/2ºT - Hugo); Dagoberto (Intervalo - Borges) e Adriano - Técnico: Muricy Ramalho.

Palavra de Aló.

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